Mas quem tem Cristiano Ronaldo pode se dar o luxo de jogar mal o primeiro tempo e ainda assim sair vitorioso no intervalo após cobrança de falta magistral do craque português. Para melhorar o enredo, o camisa 7 ainda deu o passe para o segundo gol, marcado por Ozil, e mandou duas bolas na trave, empolgando a torcida merengue que lotou o Santiago Bernabéu.
A vitória por 2 a 0, além de manter a longa escrita sobre o rival para 25 jogos sem perder, fez o time, em terceiro lugar no Campeonato Espanhol, chegar aos 29 pontos e diminuir a diferença para o Atlético, segundo colocado, para cinco, ao fim da 14ª rodada. Além disso, o Real mantém em 11 pontos a diferença que o separa do maior rival, o Barcelona.
Na próxima rodada, o Real Madrid sai para enfrentar o Valladolid no estádio José Zorrilla, no próximo domingo. O Atético de Madri receberá, no Vicente Calderón, no mesmo dia, o Deportivo La Coruña.
Antes do jogo, os dois treinadores tiveram problemas. Se José Mourinho ficou irritado com Kaká, Cristiano Ronaldo, Pepe, Arbeloa e Fábio Coentrão, que chegaram atrasados à concentração do Real, o técnico Diego Simeone perdeu no vestiário, durante o aquecimento, Filipe Luis, com problemas no adutor da perna esquerda. No campo, os problemas só aumentaram nos primeiros 45 minutos.
O Jogo
À exceção de dois bonitos lances do craque português, o clássico começou decepcionante. Nos primeiros 10 minutos, então, ficou difícil ver um bom futebol. Merengues e colchoneros travaram duelo nervoso no meio-campo e, com pouco espaço para criar, erravam muitos passes. Ainda mais o Real. Pepe e Sérgio Ramos já falhavam na saída de bola.

Com um pouco mais de domínio, o Atlético não conseguia tirar partido. Somente aos 13 minutos, mais por mérito próprio, obteve o primeiro lance de perigo. Diego Costa foi à linha de fundo pela direita e centrou para o perigoso Falcão Garcia. O colombiano se antecipou na pequena área para bater mas encontrou logo à frente um Casillas atento, que salvou para escanteio.
O lance custou ao goleiro dores nas costas por toda a primeira etapa. E deu a impressão de que o Atlético, já um pouco melhor, deslancharia. Puro engano.
É só o camisa 10 do time cometer um erro e do outro lado ter alguém como Cristiano Ronaldo para mudar toda a história.
Foi assim quando o turco Arda Turan, em dividida com o craque português bem antes da meia-lua, resolveu querer bancar o malandro e tocou a mão na bola para ganhar a jogada. O árbitro, em cima do lance, marcou a falta. A punição não foi apenas o cartão amarelo. Na briga com Messi e Iniesta pelo prêmio de melhor jogador do mundo, o camisa 7 merengue bateu com o efeito e a categoria de sempre, aos 14 minutos. A velha curva e mais um golaço na carreira.. Era só correr para o abraço: Real 1 a 0.
Foi o suficiente para os colchoneros se abalarem. Diego Costa, que lutava muito em campo, se estranhou com Pepe, Sérgio Ramos e Khedira. A catimba aumentou dos dois lados. Esperteza melhor foi a de Xabi Alonso, que numa falta rolou rápido para Cristiano Ronaldo tentar, do meio de campo, e surpreender o goleiro Courtois. O goleiro se esticou todo para evitar mais um golaço de CR7, e conseguiu a defesa.
Ozil, Di María e Benzema bem que tentavam ajudar o craque português, mas a marcação colchonera montada pelo técnico argentino Diego Simeone foi eficiente. O mesmo se pode dizer do lado merengue. Falcao Garcia não teve nova chance de marcar. E o que mais se viu foram lances truncados e os jogadores exagerando de forma acrobática quando sofriam faltas. Falcao Garcia e o próprio Cristiano Ronaldo que o digam. E o primeiro tempo terminou com pouca emoção.
Bolas na trave
Precisando vencer para diminuir a diferença em relação ao rival madrileno na briga pelo segundo lugar, o Real Madrid começou o segundo tempo com outra cara. Ozil acordou e rolou para Di María. O centro perigoso encontrou o goleiro Courtois atento na boa saída.
E se no lado do Atlético o brasileiro Diego Costa estava mais preocupado em provocar Sérgio Ramos com tapas e empurrões, as jogadas do time de José Mourinho começavam a funcionar. Benzema tocou para Ozil, que tabelou com Cristiano Ronaldo. O camisa 7 recebeu na meia esquerda e bateu, prensado.
A jogada acordou a torcida merengue, que empurrou o time.
O Real passou a explorar mais o lado esquerdo. Coentrão se soltou. Cristiano Ronaldo arrumou espaço por ali. Num lance aos 14 minutos, sofreu falta de Juanfran. E o camisa 7 quase repetiu a dose. Dessa vez bateu rasteiro, no meio da barreira. A bola foi no cantinho, mas Courtois, àquela altura o destaque dos colchoneros, tocou para escanteio.
A atuação do goleiro, no entanto, não evitou o segundo gol do Real. Mais solto, explorando os espaços deixados pelo Atlético nos contra-ataques, o time se aproveitou de duas falhas seguidas do brasileiro Miranda. Na segunda, o zagueiro entregou a bola nos pés de Cristiano Ronaldo, que tocou com muita perfeição para Ozil bater de canhota, por baixo das pernas de Courtois, aos 20 minutos e marcar o segundo gol do Real Madrid.
Com Diego Costa preocupado apenas em arrumar confusões, Arda Turan apático e Falcao Garcia isolado, ficou difícil para o Atlético de Madri reagir. Enquanto isso, Mourinho tentava melhorar o time ao trocar Di María por Callejón, que bateu cruzado com perigo na primeira jogada, para outra boa defesa de Courtois.
O tempo passava e, mais tenso, o Atlético cometia mais faltas. E Cristiano Ronaldo, a maior figura em campo, mostrava o vasto repertório de cobranças. De novo pelo alto, explodiu o travessão, em outra bela cobrança de falta. Dois minutos depois, num contra-ataque sensacional, o português arrancou 96 metros em 9.85 Segundos, pela esquerda e mandou outra bola na trave. Nem precisava de mais nada. Dali até o fim, o time se encontrou e manteve o domínio e a vitória que o deixa mais perto da vice-liderança.
Veja os gols:
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