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Messi e Cristiano Ronaldo na hora da verdade

São máquinas de fazer golos em Madrid e Barcelona. Mas as médias caem para um terço no caso do português e um quarto no do argentino quando representam as selecções.
Há precisamente dois anos, no dia 14 de Novembro de 2009, Portugal jogava o primeiro de dois jogos do “play-off” com a Bósnia, decisivo para o apuramento ao Mundial da África do Sul. Nesses dois jogos (triunfos na Luz e no Bilino Polje), a selecção portuguesa carimbava a presença na fase final sem contar com Cristiano Ronaldo, lesionado. A sua ausência pouco se notou.

Deste síndrome, sofrem tanto Ronaldo como Messi. Amados nos seus clubes, não são tão queridos nas selecções. O argentino é muitas vezes apupado quando joga no seu país e quer a imprensa ou os adeptos, não lhe poupam críticas, dizendo que parece mais espanhol que argentino.

Porquê? Tudo está relacionado com os números. Os dois melhores futebolistas do planeta não param de bater recordes nos seus clubes (Ronaldo leva 103 golos no Real Madrid, Messi soma 203 no Barcelona), mas levam essa magia para as selecções.

Na terça-feira, tanto Ronaldo como Messi jogam cartadas decisivas, embora em diferentes tabuleiros. O português participa no “play-off” decisivo com a Bósnia (empate sem golos no primeiro jogo) na corrida ao Euro 2012, enquanto o argentino defronta a Colômbia em Barranquilla no apuramento ao Mundial 2014.

Se Ronaldo leva 103 golos em 106 jogos com a camisola no Real Madrid, as contas com Portugal são diferentes: soma 30 golos em 86 encontros. Uma média no clube (0,97) três vezes superior na selecção (0,34).

Messi consegue ser ainda pior vestido de azul celeste. Com o Barça marcou 203 golos em 287 jogos oficiais (uma média de 0,71) e com a Argentina, os 18 golos em 66 partidas fazem descer a média para 0,27.

Há dois anos, Ronaldo assistiu à vitória de Portugal sobre a Bósnia nas bancadas do estádio da Luz. A selecção de Queiroz venceu (1-0 com golo de Bruno Alves). Na segunda mão, os portugueses voltaram a triunfar, também 1-0 mas com golo de Meireles – sem Ronaldo, Portugal venceu na Bósnia, o que não aconteceu este ano.

Na actual temporada para o Europeu na Polónia e Ucrânia, Cristiano Ronaldo leva 17 golos em 17 jogos no Real (uma média de 1 golos/jogos) e com a selecção soma dois golos em cinco encontros (0,40).

No último Mundial, Ronaldo chegou a África com uma média de 0,92 golos no Real, mas com Portugal ficou-se pelos 0,10. No Campeonato do Mundo marcou apenas um golo (à Coreia do Norte).

Messi esteve ainda pior: passou de uma média de 0,88 golos no Barça para 0,09 com a Argentina: ficou em branco no Mundial nos cinco encontros que disputou.

Portugal e Bósnia, o duelo mais equilibrado da repescagem da Euro


A equipe lusa corre o risco de não se classificar para o principal torneio de seleções da Europa, do qual foi vice-campeão em 2004, como anfitrião, e quadrifinalista na edição de 2008, disputada na Áustria e Suíça.
Sexta-feira, Ronaldo pouco fez no 0 a 0 com a Bósnia e Herzegovina, em Zenica. Nesta terça, Portugal precisa da vitória diante da sua torcida, mas terá pela frente uma adversária confiante em calar o Estádio da Luz.
- A pressão não será problema para nós. Estamos habituados a esse tipo de situação. Sabemos que Portugal tem muitos bons jogadores, mas nós também temos uma boa equipe. Vamos lutar como nunca, estou confiante - declarou o técnico da Bósnia, Safet Susic, segundo o jornal português 'O Jogo'.
As outras três partidas de volta da repescagem para a Euro têm favoritos bem definidos. A Croácia joga em casa contra a Turquia com a vantagem de ter vencido por 3 a 0 na ida. A Irlanda também decide a vaga diante da torcida depois de ter goleado fora: 4 a 0 sobre Estônia. E a República Tcheca joga em Montenegro podendo perder por um gol de diferença, já que venceu por 2 a 0 em Praga.